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Brasil é elogiado por medidas de socorro a aviação regular durante pandemia


O aeroporto de Congonhas passa por drástica redução da demanda durante a pandemia do COVID-19

A crise gerada pelo COVID-19 terá um forte impacto no setor aéreo, que deve ser um dos mais prejudicados pela pandemia. O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a organizar um plano emergencial para o setor aéreo, atraindo elogios de diversos segmentos da aviação regular.

A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês), acredita que as ações criadas pelo país são um sinal de confiança no transporte aéreo e podem ajudar as empresas nacionais a superarem de melhor forma a grave crise.

“As companhias aéreas do mundo todo estão sendo forçadas a cortar a capacidade e estão tomando outras medidas de emergência para reduzir custos, enquanto fazem o seu melhor para manter a tarefa vital de conectar as economias do mundo. Gostaríamos de estender nossos agradecimentos ao governo brasileiro por ter considerado nosso setor nas medidas iniciais de alívio anunciadas”, disse Peter Cerda, VIce-Presidente Regional da IATA para as Américas.

A quase interrupção total da aviação comercial em todo o mundo deverá gerar impactos superior aos US$ 252 bilhões no setor. No Brasil as três principais companhias aéreas suspenderam quase 80% da capacidade, enquanto empresas regionais paralisaram suas operações temporariamente.  A aviação no Brasil é um dos pontos vitais da economia, responsável por US$ 18,8 bilhões (R$ 93 bilhões) do PIB e por empregar mais de 840 mil pessoas.

A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês), acredita que as perdas de receita geradas pela paralisação da aviação regular devem atingir o maior número já registrado na história do setor. As cifras sem precedentes são reflexo da queda na demanda, que está obrigando as empresas a cancelar praticamente todos seus voos. Alguns países como Índia, por exemplo, suspenderam todas as operações aéreas.

No Brasil o governo oficializou uma série de medidas para aliviar a pressão sobre o setor aéreo. Entre as quais se destacam:

  • O adiamento do pagamento de tarifas de navegação aérea, pelas companhias aéreas, dos meses de março, abril, maio e junho por seis meses;

  • Adiamento de pagamentos das outorgas de concessão aeroportuária, por operadores aeroportuários privados, até 18 de dezembro de 2020;

  • Permitir às companhias aéreas uma maior flexibilidade no prazo de reembolso dos bilhetes para os voos cancelados.

O governo brasileiro também sinalizou que está preparando uma linha de crédito especial para apoiar a liquidez financeira das companhias aéreas, gerada durante as circunstâncias extraordinárias atuais. Além disso, Anac concordou em renunciar à regra de uso mínimo de 80% dos slots para as companhias aéreas, válido até o final de outubro de 2020. Atualmente a maior parte das autorizações de pouso e decolagem não estão sendo utilizadas. O aeroporto de Congonhas, um dos mais disputados e movimentados do país, tem operado com menos de 15% de sua capacidade.

“Assim que o surto da COVID-19 estiver sob controle, a economia global precisará se reconstruir rapidamente, fazendo da conectividade aérea um fator essencial para que isso possa acontecer”, considera Cerda.

A IATA acredita que será necessário um esforço global por parte de governos para reerguer a aviação comercial, que deverá encerrar a crise em grave estado de saúde financeira. “Sem que nenhum governo ajude, as companhias aéreas não estarão em condições de reiniciar as operações, fazendo com que algumas companhias aéreas deixem de existir”, considera.

A associação destaca que as medidas atuais vão permitir que os serviços de carga essenciais e de transporte de passageiros possam manter uma mínima capacidade, além de preservar o maior número possível de empregos e garantir que as cadeias de abastecimento. Todavia, será necessário um plano de salvação para as empresas aéreas, que permita reativar o setor aéreo e de turismo.

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