O turismo ecológico — ou ecoturismo, como também é conhecido — é uma tendência de viagem que veio para ficar. O Brasil, por ter dimensões continentais e belezas surpreendentes, é um dos destinos queridinhos pelos viajantes aventureiros e apaixonados por natureza.
No entanto, o mundo todo está repleto de paisagens surpreendentes. E o melhor de tudo é saber que, entre os benefícios do ecoturismo, estão a diversão do turista e a movimentação da economia das comunidades locais.
Quer saber mais sobre esse assunto? Continue a leitura e se envolva ainda mais nessa modalidade turística!
O que é o ecoturismo?
Antes de pesquisar sobre os melhores destinos para ecoturismo, é preciso compreender o significado desse termo. Ele é usado para caracterizar o uso, de forma sustentável, de regiões com recursos naturais, como os parques ecológicos, as unidades de conservação (UCs) e os ecossistemas. Suas principais regras são a conservação da biodiversidade — ou seja, o turismo consciente — e a promoção da economia local.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), “ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações”.
A definição está registrada no livro Ecoturismo: informações básicas e segue as orientações da Sociedade Internacional de Ecoturismo.
Por que realizar uma viagem de ecoturismo?
A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu a força econômica e transformadora do ecoturismo e declarou 2017 como o ano internacional do turismo sustentável. Mas, se você ainda não está convencido sobre a importância de participar desse universo, conheça quatro benefícios de uma viagem de ecoturismo e motivações para optar por esse tipo de passeio.
Preservar a natureza
Não pense que os benefícios atingem apenas o ser humano. A natureza também ganha muito com a sua visita. Como o ecoturismo usa menos combustível, há redução na emissão de gases nocivos. Isso, somado à renovação do ar ocasionada pelo fenômeno dos rios voadores e da fotossíntese, permite que tenhamos um ar purificado. Além disso, conseguimos proteger os ecossistemas e preservar as espécies.
Para manter e estimular esse cuidado, algumas medidas protetivas são adotadas, como a limitação de visitantes, a aplicação da taxa de visitação, cujo valor é direcionado a atividades de conservação, e a fiscalização das operadoras de turismo.
Relaxar e aventurar-se
Uma das principais razões da busca pelo ecoturismo é a fuga do estresse de grandes centros urbanos. O ritmo acelerado, a escassez de tempo livre, o trânsito e a pressão por resultados têm motivado os turistas a optar por destinos mais tranquilos durante as suas férias, feriados prolongados ou mesmo finais de semana. É uma forma de trazer mais leveza para a vida e recarregar as energias do corpo e da mente.
A natureza tem um efeito poderoso sobre o nosso bem-estar. As cores do céu, o verde da vegetação, o ar puro das praias e montanhas e a força da água trazem uma energia revigorante, de paz e tranquilidade.
Além disso, sentir-se integrado ao meio ambiente — sob a responsabilidade de que esse contato seja de menor impacto possível —, explorando fauna e flora e conhecendo novos lugares, sabores e culturas, proporciona um estado de constante crescimento.
Esse detox da cidade grande nos deixa mais abertos para novas vivências e estimula a criatividade. Ou seja, a vivência auxilia até no retorno à sua rotina. E na bagagem, além de belas fotografias, você vai levar histórias emocionantes e memórias de momentos únicos!
Preservar culturas e gerar renda
Algumas tradições e histórias sobrevivem do turismo, ganhando força e notoriedade graças ao conhecimento compartilhado. Esse estímulo é fundamental para preservar culturas e gerar renda. Seja por meio das visitas ao longo do ano ou dos eventos fixos, os costumes se mantêm e passam de geração a geração.
O Festival Folclórico de Parintins, a apresentação do bumba-meu-boi, no Maranhão, o Círio de Nazaré, em Belém, a Quinta do Mestre, em Alter do Chão, o carnaval de Recife, Salvador e Rio de Janeiro e a Festa da Uva, no Rio Grande do Sul, são eventos de alcance nacional e até internacional que movimentam a economia local.
Nas regiões que promovem o ecoturismo, um grande benefício é econômico, promovido pela visitação. Em 2016, o Ministério do Turismo registrou o aumento de 23% na busca de estrangeiros por atrativos naturais brasileiros. No entanto, não basta encontrar um lugar bonito e explorá-lo financeiramente para que seja considerado ecoturismo. Algumas regras precisam ser seguidas:
preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico;
respeito e envolvimento das comunidades locais, gerando renda direta;
campanhas de conscientização e atividades de educação ambiental;
valorização, respeito e conservação das condições naturais;
proibição de caça, pesca, desmatamento e poluição;
proibição de atividade turística em reservas biológicas e estações ecológicas;
no caso das UCs, implantar e implementar o plano de manejo.
Para as agências e guias de turismo
Devido a todas essas particularidades, o turismo ecológico requer acompanhamento especializado. As agências e guias de turismo são os mais recomendados, pois se capacitam e têm cadastro nos órgãos oficiais de turismo — sempre verifique se o serviço turístico que deseja contratar tem cadastro no Cadastur, algo fundamental para uma viagem mais segura e tranquila.
Essas empresas são responsáveis por apresentar as regras de conservação locais e conduzir o visitante pela região. Para isso, devem fornecer informações legítimas e úteis. Dessa forma, os visitantes passam a conhecer e respeitar as normas, evitando transtornos. Um exemplo é tirar foto sentado ou em cima da Árvore da Preguiça, em Jericoacoara, o que é proibido pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), autarquia do Ministério do Meio Ambiente.
Ou seja, além de as empresas de turismo estimularem a economia da região, são responsáveis pela transmissão das informações básicas acerca dos cuidados com as atrações naturais, geram emprego e renda para os nativos e prestam assistência para os turistas.
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Para envolver a comunidade
É a soma das forças de turistas, moradores locais, empresas sustentáveis e natureza que permite a realização do turismo ecológico. Se cada agente participante colaborar, a economia circular funciona, e toda a comunidade é beneficiada. Dessa forma, não só viveremos bem em sociedade, como vamos desenvolver conceitos que têm tomado grande importância nos dias atuais, como a empatia, o conhecimento e a colaboração.
Que atividades fazem parte do turismo ecológico?
São aquelas que oferecem contato com a natureza e a cultura local, sustentadas por empresas de turismo, cooperativas e profissionais liberais (guias de turismo). Vão desde as mais conhecidas, como flutuação, canoagem e avistamento de animais, até as mais exóticas, como nadar com tubarões — exige o cumprimento de regras específicas, para não impactar o hábitat das espécies.
Alguns resorts que aplicam o conceito da sustentabilidade oferecem atividades voltadas para reciclagem, compostagem, energia solar e usina eólica. As agências de viagens podem especializar-se em passeios de natureza ou no turismo de aventura, oferecendo atividades radicais. Os guias de turismo costumam trabalhar com city tour, turismo de experiência e trekking.
Outras atividades são mais comuns em regiões específicas, como o passeio de lancha dentro das Cataratas do Iguaçu, no Paraná, observar a vida selvagem no Pantanal e na Floresta Amazônica e o passeio de barco para a Ilha do Farol, em Arraial do Cabo, Rio de Janeiro.
Deu para perceber que as atividades de turismo ecológico variam de acordo com a região, não é mesmo? Então que tal conhecer alguns destinos de ecoturismo? Confira o próximo tópico!
Onde fazer o ecoturismo no Brasil?
Você gosta de ter contato com a natureza e desfrutar de todas as suas paisagens? Atividade como trilhas, tirolesa, trekking, rafting e mergulho chamam sua atenção? Gosta de conhecer montanhas, cachoeiras, dunas, praias, rios, lagos, lagoas, rochas e cavernas? Saiba que, independentemente do seu gosto, o destino da sua próxima viagem de ecoturismo está listado nos itens abaixo. Descubra o que o nosso país tem de melhor!
Chapada Diamantina — Bahia
Esse lugar não leva o nome de uma das pedras mais admiradas do mundo à toa: a Chapada Diamantina é uma preciosidade!
A apenas 426 quilômetros de Salvador e 20 quilômetros do aeroporto regional Horácio de Matos, um verdadeiro paraíso espera por você. São várias montanhas, cachoeiras, cavernas, grutas, poços, rios e cânions e um belo patrimônio histórico formando uma das regiões mais bonitas do país.
A combinação do verde exuberante com as águas coloridas, devido à riqueza da matéria orgânica e à firmeza das rochas, cria um ambiente único e apaixonante. Entre as principais atrações da região, estão:
Vale do Pati;
Morro do Pai Inácio;
Cachoeira da Fumaça;
Cachoeira do Buracão;
Cachoeira do Mixila;
Travessia Águas Claras;
Poço Azul e Poço Encantado;
grutas Pratinha, Azul e Lapa Doce;
Rio Mucugezinho e Poço do Diabo.
Mas atenção, a Chapada Diamantina é uma região no interior da Bahia, que contempla 24 cidades. Então, é importante pesquisar bastante para planejar a viagem e organizar a logística de hospedagem e de atrações.
Bonito — Mato Grosso do Sul
Um destino que tem o nome de “Bonito” não está nesta lista à toa. Eleito melhor destino de ecoturismo no Brasil por 16 vezes, o lugar surpreende com tantas belezas naturais. A cidade, localizada a 200 quilômetros de distância da capital Campo Grande, apresenta excelente infraestrutura turística e organização nos serviços oferecidos, como passeios pré-agendados com preços tabelados.
Entre as atrações mais famosas, estão o mergulho no Rio da Prata ou no Sucuri (um dos mais transparentes do mundo). Outro lugar de tirar o fôlego, para os mais aventureiros, é o Abismo Anhumas (descida de rapel numa gruta). Já quem busca apenas contemplação da natureza pode ir até Gruta do Lago Azul.
A principal característica de Bonito são as águas límpidas em meio à natureza, onde os animais vivem livres, formando um belo aquário natural. O ambiente rústico e encantador é um convite para atividades como trilhas, cavalgadas e banhos de cachoeiras.
E que tal comer jacaré ou sashimi de piranha? Isso mesmo, a cultura pantaneira é bastante curiosa. E mais do que a beleza que carrega no nome, a conexão com a natureza é tão impactante que o destino fica marcado na memória dos visitantes.
Fernando de Noronha — Pernambuco
Devido à sua beleza natural, o arquipélago de Fernando de Noronha é um destino popular. E quem não deseja conhecer a Baía do Sancho, que recebeu quatro vezes o título de melhor praia do mundo? As águas na coloração azul-turquesa em meio a uma vegetação abundante e à riqueza da vida marinha tornam o lugar um verdadeiro paraíso.
Já pensou em nadar em águas cristalinas entre pequenos tubarões e tartarugas? E avistar o pôr do sol em uma ilha, entre grandes formações rochosas? Você também poderá explorar a terra firme em trilhas incríveis, com visual de tirar o fôlego, ou mergulhar na biodiversidade do fundo do mar.
Veja algumas das principais atrações da ilha:
Praia do Leão;
Praia do Atalaia;
Baía dos Porcos;
Baía dos Golfinhos;
Piscina de São José;
Mirante Dois Irmãos;
pôr do sol no Mirante do Boldró;
Forte Nossa Senhora dos Remédios;
Centro de Visitantes do Projeto Tamar.
Mas vale lembrar que toda essa paisagem, distribuída em 17 quilômetros quadrados de extensão e 21 ilhas e ilhotas, só permanece intacta graças à Taxa de Preservação Ambiental (TPA). Com fluxo de cerca de 60 mil turistas por ano, o lugar tem muito o que oferecer para quem busca paz, natureza e tranquilidade.
Como você viu, os benefícios do ecoturismo não são apenas as atrações naturais e turísticas dos destinos. A movimentação da economia — por meio de hospedagem, passeios, alimentação, transporte e outros serviços — gera emprego e renda para as comunidades locais. Portanto, trata-se de uma ação em conjunto, uma harmonia entre o turista, o nativo e a natureza. Ou seja, a economia circular favorece todos os envolvidos.
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